sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Barrigas da Imprensa
As Barrigas na imprensa brasileira já renderam muito, desde 1981, quando Aramis Millarch, artigo publicado por José Wanderley Dias, advogado jornalista e ex-radialista expunha sua coleção de barrigas da imprensa, desde a década de 50. Na coleção uma das preciosidades citadas foi à publicação em que aparece a esposa de um ex-presidente da que ganhou o primeiro automóvel fabricado no Brasil. A primeira dama aparece então dirigindo um Romisete e em baixo a seguinte frase: “Primeira Dama da Nação é de construção forte, ainda que por suas pequenas dimensões de fácil manejo”. Pela situação e referências, dá para adivinhar quem era a primeira dama. Este é só um dos relapsos que a imprensa repete diariamente.
Paula Oliveira, a brasileira que vivia em Zurique, provavelmente tinha seus problemas. Num surto para chamar a atenção desnorteou o Pai aqui no Brasil, o que é muito aceitável. Saber que a filha grávida sofreu agressões racistas por estrangeiros gera imensa revolta. O que não é aceitável é uma emissora tão poderosa como a globo não enviar um jornalista para investigar e averiguar os outros envolvidos e, de primeira mão publicar um caso de xenofobia sendo que nem mesmo o País onde ocorreu o crime não se manifestou.
Notícia, não é fofoca de vizinhança, é utilidade pública. A publicação podia ter levado os outros brasileiros a manifestações, revoltas e atitudes severas diante do crime mencionado. A moça tinha o corpo todo riscado e pior estava Grávida, que monstros fariam esse tipo de coisa? Seria mesmo importantíssimo para o bem público se fosse tudo verdade e não tivesse o desfecho que teve. Um caso que envolveu a imagem do país, seus partidos, seu povo. Tudo exposto diante do mundo todo. De todos os casos essa foi a maior "barriga" da história do jornalismo brasileiro mostra a que ponto chegamos em termos de informação ou desinformação.
Vários problemas ocorrem sim com nossos imigrantes nas fronteiras, mas os casos nunca mobilizaram a imprensa e nunca houve investigações que também comprovasse tal fato. O negócio é ibope, não há nada mais tocante do que nacionalismo ofendido.
Postado por Nadia Gonçalves às 09:34 0 comentários